TIME DE ASTROFÍSICOS FAZ MAPA 3D DA NEBULOSA DO HOMÚNCULOClique aqui para baixar o paper publicado na MNRAS em 8 de Julho 2014 (formato PDF 1.7 MB)THE THREE-DIMENSIONAL STRUCTURE OF THE ETA CARINAE HOMUNCULUS: Wolfgang Steffen - UNAM - Mexico; Mairan Teodoro, Thomas Madura, Theodore Gull, Michael Corcoran e Kenji Hamaguchi- NASA/Goddard Space Flight Center - USA; José Groh - Geneva Observatory - Suissa; Andrea Mehener - ESO - Chile; Augusto Damineli - IAGUSP - Brasil Nota: a) a ordem de nomes não é exatamente a que está no paper; b) os autores têm afiliações adicionais.. Clique aqui para ver o press release feito pela NASA e baixar videos e ilustrações: http://svs.gsfc.nasa.gov/goto?11568 AS DESCOBERTAS Fotografia do Homúnculo cercado por nebulosa mais velha (crédito: NASA/HST) e modelo 3D feito com o SHAPE
Os principais resultados são: 1-A forma e tamanho dos lóbulos (o "azul" (blue) que está no nosso lado e o "vermelho" (red) que está atrás) não são exatamente iguais. Do mesmo modo, os eixos principais de cada lóbulo não estão perfeitamente alinhados. (Neste contexto, azul quer dizer da frente e vermelho de trás) 2-Cada um dos lóbulos apresenta um buraco principal polar, praticamente alinhados com o eixo orbital do sistema binário. 3-Cada lóbulo apresenta uma protuberância saindo da "cintura" do Homúnculo e uma é uma imagem espelhada da outra. 4-O lóbulo "azul" apresenta uma depressão, que é simétrica à do lóbulo "vermelho". 5- As protuberâncias que saem da cintura do Homúnculo e as depressões que marcam suas regiões polares estão alinhadas com as paredes da cavidade (110 graus de abertura) formada pela colisão entre os ventos das estrelas do par binário. 6- Nossa linha de visada passa pelo eixo da cavidade produzida pela colisão de ventos e essa cavidade fica aberta para nosso lado quando as estrelas estão no apastro (a maior parte do ciclo orbital). O periastro está do lado oposto e também produz um par protuberância/depressão para o lado de trás. A TÉCNICA O SOFTWARE - O programa SHAPE, desenvolvido pelo primeiro autor, Wolfgang Steffen, foi usado para modelar o cubo de dados montado com a linha espectral do H2 em 2.12 microns. Ele usa o fato de que a casca de poeira é opaca e produz a forma projetada no céu que aparece nas fotos. É claro que isso só permite ver o lado de cá da nebulosa. Por outro lado, a nebulosa é transparente para a linha do H2 em 2.12 microns, o que permite ver ambos os lados, mas misturados em cada ponto. Em cada ponto velocidade projetada na nossa direção é diferente na parte da frente compara com a parte de trás, o que permite distinguir os dois lados. A emissão molecular do Hidrogênio (H2) se deve ao choque da camada de poeira com o gás interestelar e é uma "película" muito fina. Partimos do fato que, numa película em expansão livre saindo de um centro (a estrela principal etaA), quanto maior a velocidade de um ponto na origem, maior sua distância do centro hoje. A distância é simplesmente a velocidade de ejeção multiplicada pela idade da nebulosa: 171 anos. Se a velocidade de todos os pontos da superfície fosse a mesma, a nebulosa seria esférica. No caso de uma nebulosa bipolar com simetria axial, a velocidade é máxima (650 Km/s) na direção dos polos e mínima no equador, ou seja, a velocidade varia com o ângulo a partir da direção dos polos, seguindo uma certa lei. Testamos várias leis e inclinamos a nebulosa em várias direções até reproduzir o Homúnculo. Isso é uma simplificação que tem a vantagem de nos fornecer qual o valor de XYZ e a velocidade projetada em nossa direção para cada ponto XY observado ao telescópio. Mas é claro que isso não dá conta da forma detalhada. Por exemplo, esse modelo indica a posição da película de H2 pelo lado de dentro da camada de poeira, enquanto que, observando as bordas do Homúnculo, vemos que é o contrário. O software SHAPE parte desse mapa simétrico (simplificado) e compara suas posições projetadas no plano XY e em velocidade com o que se observa no cubo de dados da linha espectral do H2. Em alguns pontos, simplesmente não existe emissão H2 e aí o programa marca a existência de um buraco. Em outros lugares, a velocidade de expansão é menor que a do modelo, porque neles a película de H2 se atrasou em relação à média dos pontos vizinhos. Essa região forma portanto uma depressão. Em outros, a velocidade é maior que a média, caracterizando uma protuberância. O jogo a partir daqui é descobrir o que produziu essas deformações. As maiores, como os buracos polares, estão alinhadas os polos do sistema binário que está lá no centro do sistema. As protuberâncias e vales estão alinhados com as paredes da cavidade produzida pela colisão de ventos. Isso nos leva a propor uma relação de causa e efeito entre estes componentes do sistema e a marcas que mapeamos no Homúnculo. O jogo daqui pra frente será calcular quais componentes do sistema binário e de seu entorno produziram as marcas observadas, e como isso aconteceu quando o Homúnculo era mil vezes menor que hoje. Par maiores detalhes, leia o paper no MNRAS, no link do topo desta página.. Clique no link para baixar o filme mostrando a nebulosa por todos os ângulos (homunculo.mov - 4.3MB). DADOS FÍSICOS DO HOMUNCULO O sistema binário fica no encontro dos 2 lóbulos e tem o tamanho da órbita de Júpiter: mil vezes menor que o Homúnculo. "PRINT" 3D Você pode ter sua impressão pessoal 3D do Homúnculo, baixando um dos arquivos anexos e enviando para uma empresa especializada. Para fazer uma superfície mais lisa é recomendável interpolar o cubo de dados antes de enviar para a máquina. Versão para ABS ou outro material- até ~20 cm (Homunculo_3D.stl - 4.4MB). Versão para acrílico - alguns centímetros - acrilico_3D.OBJ - 1.2 MB |